Como eu imaginava, não era nenhum bicho de sete cabeças. Se você estiver preparado não tem como dar errado. O importante é se preparar para a vida real no Québec. Ter os pés no chão. Estudar muito Francês, não para a entrevista do CSQ mas se você não tiver um bom Francês suas chances estarão reduzidas na hora de procurar um emprego.
Bom, vamos lá ao relato. Saimos de Campinas bem cedo, 09:40, para uma entrevista que só iria acontecer às 14:30. Chegamos em São Paulo às 11:10. Preferimos pecar pelo excesso. Nunca se sabe como o trânsito de São Paulo estará. Ao chegarmos a primeira coisa que fizemos foi ir até a agência do HSBC no shopping D&D pagar a taxa de inicio da etapa federal. O shopping fica ao lado da torre norte do CENU onde fica o consulado geral do Canadá. O pagamento de várias taxas durante o desenrolar do processo pode pegar desprevenido os mais desavisados porque invariavelmente você terá que desembolsar um valor considerável. O valor dessa taxa estava em 925 reais por pessoa ou 550 dollars canadenses. Mas sempre consulte o site de imigração do Canadá para valores atualizados.
Bom, depois disso fomos na praça de alimentação do próprio shopping para almoçarmos. Comemos e assistimos ao jogo Japão e Paraguai. Jogo feio, diga-se de passagem. Aí, começou a bater o sono. Tínhamos horas para esperar ainda e nada para fazer lá. Então, fomos até a Saraiva e compramos palavras cruzadas. Agora sim, o tempo começou a passar. Chegamos no BIQ por volta das 14:15. Sentamos na famosa salinha do BIQ e aguardamos. Às 14:30 Mme Marlène nos chamou.
Entramos na sala dela e ela começou a explicar como seria feita essa avaliação. Basicamente, ela iria avaliar nosso nível de Francês, nosso projeto e verificação de documentos. Ela pediu nossos passaportes e perguntou nossa data de nascimento. Depois disso começou a entrevista comigo (requerente principal), pediu o meu diploma de graduação e começou a perguntar sobre a minha profissão. O que eu fazia, etc? Sabia que ela não iria querer que eu falasse tecnicamente como funcionava a camada OSI ou o protocolo TCP/IP. Então, evitei a parte técnica e falei sobre o meu departamento e minha responsabilidade nele. Ela se interessou em saber como eu conseguia trabalhar com um grupo remoto. E foi isso que consumiu maior parte do tempo da minha entrevista profissional. Depois foi a vez dela passar a entrevistar a Denise que é formada em Arquitetura, tem licenciatura em Artes e é atual mestranda em História. Mme. Marlène perguntou a minha esposa se ela sabia como era o trabalho de arquiteto no Québec, por que ela tinha feito licenciatura em Artes e qual era o objeto de estudo do mestrado da Denise. Ela se interessou bastante em saber que Denise estudava a relação do patrimônio com a população que habita o local.
Depois ela voltou a fazer perguntas sobre o nosso projeto do tipo: desde quando vocês pensam em imigrar? por quê? Se nós sabíamos sobre o custo de vida no Québec. Nessa parte demos valores genéricos e falamos o que estava incluso no nosso cálculo. Aliás, todas essas informações podem ser encontradas no próprio site de imigração do Québec e foi isso que dissemos a ela. Falamos também sobre o mercado de trabalho, contatos profissionais, etc. Ela passou a entrevista para o Inglês e fez mais algumas perguntas genéricas sobre a minha relação com a empresa onde trabalho atualmente. Foi tudo bem simples, como no meu trabalho eu falo Inglês, Português e Espanhol. Para mim foi natural mudar a chave Francês/Inglês. =)
A impresso começou a funcionar e já sabíamos que era o nosso CSQ. Ela forneceu mais algumas informações sobre as próximas etapas do processo e sobre a Francisation en ligne. Algumas observações:
- Não levamos nenhum projeto impresso, sabíamos pelos relatos anteriores que ela iria querer ver mesmo;
- Ao contrário do que lemos em outros blogs, não achamos ela séria, achei que ela fazia perguntas com pitadas de humor (por exemplo "O que vocês fariam se o filho de vocês não gostasse de Artes?" hahaha);
- A entrevista durou 30 minutos e foi bem natural, como se fosse uma conversa informal e agradável;
Saimos do BIQ e fomos ao consulado geral do Canadá que fica à uma quadra de lá. Já tínhamos tudo o que era necessário para a parte federal num envelope, adicionamos as vias "immigration" do CSQ no envelope e deixamos nosso processo lá com a Maura. É isso, processo fereral aberto. =)
